Compostagem e horta comunitária em condomínios

20 dez 2022

8 min. de leitura

Na era da sustentabilidade e da consciência ambiental, a horta comunitária e a compostagem em condomínios podem ser importantes e necessárias alternativas na hora cuidar da natureza, além de proporcionar benefícios para todos os moradores.

A produção de resíduos é um tema que está ganhando cada vez mais notoriedade na sociedade. Isto por conta da urgência em se discutir pautas sobre o futuro da humanidade. Nos condomínios não é diferente.

Você sabia que apenas 1% dos resíduos orgânicos são reaproveitados no Brasil? Enquanto, diariamente uma média de 41 mil toneladas de comida são desperdiçadas por dia, ou seja, mais de 50% do lixo gerado no Brasil, quantidade suficiente para alimentar 25 milhões de pessoas, segundo o Instituto Akatu.

Ao diminuirmos o desperdício de comida e realizarmos a compostagem dos resíduos orgânicos em nossas casas e apartamentos, conseguimos diminuir a quantidade de lixo gerado nas residências e em toda a cidade, o que aumentaria o tempo útil de vida dos aterros.

Iniciativas como a horta comunitária e a compostagem contribuem para a diminuição da produção de lixo e o desperdício de alimentos e, consequentemente, a proliferação de animais, insetos e roedores. Por meio do princípio de redução e reuso, contribui-se para diminuição da degradação do solo, sem contar nos benefícios sociais e econômicos para a sua cidade e para o seu condomínio.

Compostagens em condomínios

A compostagem é a forma correta de dar um fim mais adequado a cascas de frutas, legumes, borra de café restos de folhas e cascas de ovos que iriam acabar sobrecarregando os aterros desnecessariamente.

No Brasil há uma Lei Federal, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que estabelece a responsabilidade compartilhada para todos. Em países mais desenvolvidos essa questão da compostagem de orgânicos já é bem difundida, enquanto aqui ainda estamos iniciando as práticas e alternativas voltadas para a compostagem.

A compostagem é um processo biológico de decomposição e reciclagem da matéria orgânica, como as cascas e sobras de frutas, verduras, legumes e demais restos de alimentos. O processo acontece em um sistema controlado que inibe a proliferação de vetores e mau odor, podendo ter a presença ou não de oxigênio, e com ou sem a ajuda de meios que aceleram o processo – como as minhocas californianas.

O resultado é um composto orgânico estabilizado e rico em nutrientes, que pode ser utilizado para melhorar o solo sem a contaminação do meio ambiente. Além da parte sólida, o processo ainda resulta em um biofertilizante líquido que deve ser diluído para a aplicação nas plantas.

Nos condomínios, a prática de aproveitamento dos resíduos orgânicos é mais fácil do que se possa imaginar. O processo se torna viável com um passo simples, com a separação do lixo em, pelo menos, duas partes: seco e orgânico.

Essa metodologia pode ser aplicada ao nível condominial, por meio de leiras de compostagem no solo, composteiras pré-fabricadas capazes de receber uma maior quantidade diária ou ainda, na contratação de uma empresa terceirizada especializada nesse processo.

Inicialmente, sugere-se que cada família faça a compostagem em sua própria residência. Essa atividade, além de despertar uma mudança profunda na relação com o lixo, promove a reflexão sobre uma alimentação mais saudável e orgânica, já que os fertilizantes poderão ser usados nas próprias plantas, flores e hortaliças.

Neste início é importante incentivar os moradores e os mobilizando a fazer parte, depois é hora de escolher o método de compostagem, e juntos assumirem um dos maiores desafios que é: redução do desperdício de comida em seus apartamentos, separação adequada dos orgânicos para serem encaminhados para o espaço criado no condomínio, treinar os moradores, funcionários e síndicos a fazerem a coleta, armazenagem e retirada correta destes resíduos.

Afinal, o que é necessário para montar uma composteira?

#1 Você vai precisar de restos de alimentos não cozidos e de fibra (palha, grama ou hortaliças folhosas). A fibra é a responsável no processo de decomposição da matéria orgânica.

#2 escolha um local. Pode ser um cantinho do condomínio, um canteiro, ou local cimentado de fácil acesso e que pegue bastante sol, preferencialmente monte perto da horta.

#3 intercale camadas de palha e sobras de alimentos. A primeira camada deve ser de fibra com altura de 10cm. O recheio, os restos de alimentos, devem ter 5cm. A cobertura final deverá ter de 10 a 15cm de fibra.

# dica: no verão, o produto orgânico resultante da compostagem fica pronto mais rápido, em dois meses, aproximadamente. Já no inverno, o tempo dobra, podendo levar quatro meses para poder ser utilizado como adubo para horta.

Portanto, o tamanho da estrutura vai depender do tamanho do condomínio, do tamanho da área livre e da quantidade de resíduos sólidos orgânicos, produzidos nesta comunidade. Os moradores devem ficar responsáveis pela coleta seletiva em seus apartamentos e um funcionário do edifício ficar encarregado de abastecer e realizar a manutenção.

Horta comunitária no condomínio

A horta comunitária em condomínios traz a possibilidade de comer produtos orgânicos fresquinhos, até mesmo para quem mora em prédios. Montar uma horta comunitária na área comum do condomínio é uma ótima opção para promover agricultura orgânica, gerar alimentos saudáveis, contribuir para a estética das áreas e ainda servir como atividade de lazer para os moradores.

Entre os benefícios também estão: a educação das crianças, que auxiliam no cuidado diário da horta também; além da aproximação entre os condôminos, que cuidam da horta em conjunto e discutem gostos em comuns, como a culinária.

Mas, primeiramente, é preciso pensar na ideia do projeto e conversar com os moradores, para ser uma aprovação unânime. Será necessário agendar uma assembleia para dialogar com todos simultaneamente, também será válido comunicar o projeto nos murais e informativos do condomínio.

Assim, quando apresentar o projeto, esteja preparado para contradições. Fale das vantagens e leve alguém que já tenha experiência com hortas a fim de conversar e tirar dúvidas.

Logo após a aprovação da horta comunitária no condomínio, é preciso definir o local. Naturalmente, se o condomínio for pequeno, será necessário considerar as hortas verticais. Com um pouco de criatividade é possível fazer agricultura com algumas garrafas pet. Por outro lado, se o edifício for maior e possuir áreas verdes, há possibilidade de construir canteiros. De qualquer maneira, é necessário que o local tenha alta incidência de luz solar.

A horta comunitária pode se utilizar de um espaço “morto” para plantar frutas, legumes e temperos de fácil acesso aos condôminos.

É recomendável que atrelada a horta esteja o ambiente de compostagem (citado acima), já que o mais indicado para sua horta é utilizar adubo orgânico. Os moradores podem reaproveitar os resíduos sólidos orgânicos que iriam para o lixo e realizar a compostagem.

Envolva os moradores

Envolver todos os moradores com as iniciativas de compostagem e horta comunitária pode ser fundamental para o sucesso dos projetos. Você pode criar dias temáticos com atividades para crianças ou promover almoços coletivos com os alimentos colhidos, por exemplo.

Por fim, na hora da colheita, divida os alimentos entre os condôminos. Você pode convidar todos para participar ou dividir tarefas e deixar um grupo responsável por colher e outro para dividir e distribuir os alimentos.

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